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sábado, 5 de março de 2016

Fichamento: Alfabetização: livro do professor.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - DCHL
CURSO: PEDAGOGIA VI SEMESTRE
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES FERREIRA
                                  DISCENTE: ADRIANA SANTOS FERNANDES


ABREU, Ana Rosa et al. Alfabetização: livro do professor. Brasília: FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2000.

“As pessoas que vivem e trabalham nas cidades, mesmo quando são analfabetas, têm sempre algum conhecimento sobre as práticas sociais letradas.” (p.8)
“Para poder compreender o que se está lendo (...) é necessário construir uma familiaridade com a linguagem que se usa para escrever cada gênero.” (p.9)
“Portanto, além do conhecimento sobre as letras, o professor precisa ensinar a seus alunos, ao mesmo tempo, a linguagem que se usa para escrever os diferentes gêneros. E a forma de ensinar isso é trazendo para dentro da sala de aula a diversidade textual que existe fora. É lendo para eles – em situações onde essa leitura faça sentido – os mais variados textos.” (p.9)
“O que a criança não compreende é que a escrita representa a fala, o som das palavras, e não o objeto a que o nome se refere.”(p.11)
“De início, a criança não faz uma diferenciação clara entre o sistema de representação do desenho (pictográfico) e o da escrita (alfabético)”(p.12)
“Ainda antes de supor a escrita como representação da fala, a criança faz várias tentativas de construir um sistema que se assemelhe formalmente à escrita adulta, buscando registrar as diferenças entre as palavras por meio de diferenças na quantidade, posição e variação dos caracteres empregados para escrevê-las.” (p.13)
“A hipótese silábica é um salto qualitativo, uma daquelas “grandes reestruturações globais” de que nos fala Piaget. Um salto qualitativo tornado possível pelo acirramento das contradições entre as hipóteses anteriores da criança e as informações que a realidade lhe oferece. O que caracteriza a hipótese silábica é a crença de que cada letra representa uma sílaba – a menor unidade de emissão sonora.” (p.14)
“Se o professor compreende a hipótese com que a criança está trabalhando, passa a ser possível problematiza-la, acirrar – por meio de informações adequadas – as contradições que vão gerar os avanços necessários para a compreensão do sistema alfabético.”(p.21)
“Crianças pequenas costumam pensar que qualquer coisa que esteja escrita perto de uma figura deve ser o nome da figura. Por exemplo, elas imaginam que se em uma caixa de remédio há algo escrito deve ser “remédio” ou, quem sabe, “pílulas”(...) Essa distinção sutil é sistemática e caracteriza o que Emilia Ferreiro chamou a hipótese do nome. Isto é, no início, as crianças pensam que o que se escreve são apenas os nomes.” (p.24-25)
“É interessante observar que as idéias das crianças sobre “o que está escrito” e “o que se pode ler” evoluem em direção à correspondência termo a termo entre o falado e o escrito, não dependendo para isso da decifração ou do conhecimento das letras.” (p.29)
“Quando analisamos a prática pedagógica de qualquer professor vemos que, por trás de suas ações, há sempre um conjunto de idéias que as orienta. Mesmo quando compromete ele não tem consciência dessas idéias, dessas concepções, dessas teorias, elas estão presentes.” (p.35-36)
“Poderíamos dizer, em poucas palavras, que na concepção empirista o conhecimento está “fora” do sujeito e é internalizado através dos sentidos, ativados pela ação física e perceptual. O sujeito da aprendizagem seria “vazio” na sua origem, sendo “preenchido” pelas experiências que tem com o mundo. Criticando essa idéia de um ensino que se “deposita” na mente do aluno, Paulo Freire usava uma metáfora – “educação bancária”– para falar de uma escola em que se pretende “sacar” exatamente aquilo que se “depositou” na cabeça do aluno.” (p.38)
“Qualquer prática pedagógica, qualquer que seja o conteúdo, em qualquer área, pode ser analisada a partir deste trio: conteúdo, aprendizagem e ensino.” (p.39-40)
“Quando se tenta sair de um modelo de aprendizagem empirista para um modelo construtivista, as dificuldades de entendimento às vezes são graves. De uma perspectiva construtivista, o conhecimento não é concebido como uma cópia do real, incorporado diretamente pelo sujeito: pressupõe uma atividade, por parte de quem aprende, que organiza e integra os novos conhecimentos aos já existentes. Isso vale tanto para o aluno quanto para o professor em processo de transformação.” (p.40)
“Caberá ao professor criar situações que permitam aos alunos vivenciar os usos sociais que se faz da escrita, as características dos diferentes gêneros textuais, a linguagem adequada a diferentes contextos comunicativos, além do sistema pelo qual a língua é grafada, o sistema alfabético. Para alguém ser capaz de ler com autonomia é preciso compreender o sistema alfabético, mas isso apenas lhe confere autonomia. Qualquer um pode aprender muito sobre a língua escrita, mesmo sem poder ler e escrever autonomamente. Isso depende de oportunidades de ouvir a leitura de textos, participar de situações sociais nas quais os textos reais são utilizados, pensar sobre os usos, as características e o funcionamento da língua escrita.” (p.42)
“Para aprender alguma coisa é preciso já saber alguma coisa – diz o modelo construtivista. Ninguém conseguirá aprender alguma coisa se não tiver como reconhecer aquilo como algo que se possa apreender. O conhecimento não é gerado do nada, é uma permanente transformação a partir do conhecimento que já existe. Essa afirmação – a de que o conhecimento prévio do aprendiz é a base de novas aprendizagens – não significa a crença ou defesa de pré-requisitos. Tampouco esse tipo de conhecimento se confunde com a matéria ensinada anteriormente pelo professor.” (p.43)
“O professor é que precisa compreender o caminho de aprendizagem que o aluno está percorrendo naquele momento e, em função disso, identificar as informações e as atividades que permitam a ele avançar do patamar de conhecimento que já conquistou para outro mais evoluído. Ou seja, não é o processo de aprendizagem que deve se adaptar ao de ensino, mas o processo de ensino é que tem de se adaptar ao de aprendizagem. Ou melhor: o processo de ensino deve dialogar com o de aprendizagem.”(p.46)
“O conhecimento avança quando o aprendiz enfrenta questões sobre as quais ainda não havia parado para pensar. Quando observa como os outros a resolvem e tenta entender a solução que os outros dão.” (p.53)
“A interação entre os alunos é necessária porque informa a todos os envolvidos e potencializa quase infinitamente a aprendizagem.” (p.54)



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