UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA -
UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - DCHL
CURSO: PEDAGOGIA VI SEMESTRE
DOCENTE: MARIA
DA CONCEIÇÃO ALVES FERREIRA
DISCENTE: ANDRIELE SILVA DE JESUS
ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO
DA LECTO ESCRITA
O presente trabalho aborda o estudo de caso, que
consistiu na coleta da escrita das
crianças de 2 a 6 anos, anteriormente
foi realizada a leitura e discussão de textos sobre alfabetização, onde foram
abordadas as fases da lecto escrita trazidas nas pesquisas de Emília Ferreiro e
Ana Teberosky que estabelecem as hipóteses que a criança constrói neste
processo.
O sujeito deste estudo foi Gustavo, uma criança
de 4 anos que frequenta a escola desde os 3 anos de idade, durante a coleta da
escrita sugerir palavras que estão inseridas em seu cotidiano, no entanto em
alguns momentos deixei a escrita livre, foi ele que sugeriu as palavras a serem
escritas; cachorro, flor, bola, estrela e o próprio nome. Objetivando-se a observar
como a criança formula sua hipótese acerca da leitura e escrita, tendo por
aporte teórico, os estudos de Ferreiro e Teberosky.
De acordo com
essas autoras, o processo de aquisição da escrita está subdividido em cinco
hipóteses, Hipótese Pré-Silábica “escrever é
reproduzir os traços típicos da escrita que a criança identifica como a forma
básica da mesma” (Ferreiro; Teberosky, 1999, p. 193), Gustavo apresentou em sua
escrita, características compatíveis com essa hipótese, pois ele fez
correspondência figurativa entre a escrita e o objeto referido, não conhece as
letras do alfabeto e escreveu suas idéias com desenhos, por isso é uma criança
pré-silábica icônica.
O sujeito do estudo apesar de escrever
com desenhos e rabiscos, conseguiu escreve o próprio nome; “ao aprender as letras que compõem o próprio nome, o aprendiz
percebe que se escreve com letras que são diferentes de desenhos” (Mendonça;
Mendonça, 2011, p.39). É importante ressaltar que cada
hipótese possui suas próprias características, mas não são determinantes, por
isso a criança pode estar em uma hipótese com características da hipótese
anterior.
Na Hipótese Silábica Sem Valor Sonoro a
criança já identifica a sistematização silábica, porém não utiliza letras com o
valor sonoro convencional; Hipótese Silábica Com Valor Sonoro, aqui a criança
atribui valor sonoro a cada uma das letras presentes na escrita; Hipótese
Silábica Alfabética, neste nível a criança passa da hipótese silábica para alfabética,
portanto já possui dois conceitos, um relacionado à hipótese silábica e a obrigatoriedade
da quantidade mínima de letras, assim criança possui conceitos básicos para a
construção da escrita e da leitura; Hipótese Alfabética é o
ultimo estagio da evolução da escrita, a criança compreende que para cada letra
existe um valor sonoro correspondente, passa a ter uma sistematização acima da
silábica, assim sendo é capaz de realizar uma analise sonora dos fonemas, antes
de escrever a palavra.
Coletar e analisar a escrita de uma criança
foi uma experiência impar, foi possível verificar na prática a importância das
teorias de Ferreiro e Teberosky acerca da aquisição da leitura e da escrita,
trabalho na Educação Infantil e tenho a oportunidade de acompanhar diariamente
crianças que estão em algumas dessas hipóteses, esse estudo foi extremamente
relevante, pude perceber que a construção do processo da leitura e da escrita difere
de aluno para aluno, cada criança é única e possui seu próprio ritmo, com seus
próprios critérios, hipóteses e justificativas.
Atividades favoráveis:
• Desenhar e escrever o que desenhou;
• Usar, reconhecer e ler o nome em situações significativas: chamada, marcar
atividades, objetos, utilizá-lo em jogos, bilhetes, etc;
• Ter contato com diferentes portadores de textos;
• Conversar sobre a função da escrita;
• Utilizar letras móveis para pesquisar nomes, reproduzir o próprio nome ou dos
amigos;
• Escrita espontânea;
• Aumentar o repertório de letras;
• Leitura dos nomes das crianças da classe, quando isto for significativo;
•
Comparar e relacionar palavras;
• Produzir textos de forma não convencional;
• Identificar personagens conhecidos a partir de seus nomes, ou escrever seus
nomes de acordo com sua possibilidade;
• Recitar textos memorizados: parlendas, poemas, músicas, etc;
• Atividades em que seja preciso reconhecer e completar a letra inicial e a
letra final;
• Escrita de listas em que isto tenha significado: listar o que usamos na hora
do lanche, o que tem numa festa de aniversário, etc.
Referências
FERREIRO,
Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana
Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso. Porto Alegre: Artmed,1999.
MENDONÇA, Onaide
Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa de. Psicogênese
da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a
alfabetização. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de
Graduação. Caderno de formação: formação de professores: Bloco 02: Didática dos
conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 2. p. 36-57. (D16 - Conteúdo
e Didática de Alfabetização). Disponível em:
<http://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/40138>.
Nenhum comentário:
Postar um comentário