UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - DCHL
CURSO: PEDAGOGIA VI SEMESTRE
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES FERREIRA
DISCENTE: ADRIANA SANTOS FERNANDES
ALBUQUERQUE,
Eliana Borges Correia de. Conceituando alfabetização e letramento. In: SANTOS,
Carmi Ferraz. Alfabetização e
letramento: conceitos e relações. 1 ed. Belo Horizonte: Autentica,
2007.
“A
maioria de nós, que passamos pela alfabetização até as décadas finais do século
passado, também teve uma experiência escolar com ênfase na “codificação” e “decodificação”.
Para muitos, essa experiência foi traumatizante.” (p.13)
“A
experiência “traumatizante” de alfabetização na escola deviase não só aos
castigos aos quais muitos de nós fomos submetidos, mas às próprias atividades
desenvolvidas, com ênfase na repetição e na memorização de letras, sílabas e
palavras sem significados.” (p.14)
“A
partir da década de 1980, o ensino da leitura e da escrita centrado no
desenvolvimento das referidas habilidades, desenvolvido com o apoio de material
pedagógico que priorizava a memorização de sílabas e/ou palavras e/ou frases
soltas, passou a ser amplamente criticado.” (p.16)
“Rompendo
com a concepção de língua escrita como código, o qual se aprenderia considerando
atividades de memorização, as autoras defenderam uma concepção de língua
escrita como um sistema de notação que, no nosso caso, é alfabético. E, na
aprendizagem desse sistema, elas constataram que as crianças ou os adultos
analfabetos passavam por diferentes fases que vão da escrita pré-silábica,
em que o aprendiz não compreende ainda que a escrita representa os segmentos sonoros
da palavra, até as etapas silábica e a alfabética.” (p.15-16)
“É
interagindo com a língua escrita através de seus usos e funções que essa
aprendizagem ocorreria, e não a partir da leitura de textos “forjados” como os presentes
nas ‘cartilhas tradicionais’” (p.17)
“No
que diz respeito à alfabetização especificamente, surge o conceito de
“analfabetismo funcional” para caracterizar aquelas pessoas que, tendo se
apropriado das habilidades de “codificação” e “decodificação”, não conseguiam
fazer uso da escrita em diferentes contextos sociais.” (p.17)
“Nos
últimos vinte anos, principalmente a partir da década de 1990, o conceito de alfabetização
passou a ser vinculado a outro fenômeno: o letramento.” (p.17)
Esse
mesmo termo é definido no Dicionário Houaiss (2001) “como um conjunto de
práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material
escrito”. (p.17)
“Embora
a escola, nas sociedades contemporâneas, represente a instituição responsável
por promover oficialmente o letramento, pesquisas têm apontado para o fato de
as práticas de letramento na escola serem bem diferenciadas daquelas que
ocorrem em contextos exteriores a ela.” (p.18)
“Alfabetizar
e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o
ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no
contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o
indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado.” (p.19)
“Para
a formação de leitores e escritores competentes, é importante a interação com
diferentes gêneros textuais, com base em contextos diversificados de comunicação.
Cabe à escola oportunizar essa interação, criando atividades em que os alunos
sejam solicitados a ler e produzir diferentes textos. Por outro lado, é
imprescindível que os alunos desenvolvam autonomia para ler e escrever seus
próprios textos. Assim, a escola deve garantir, desde cedo, que as crianças se
apropriem do sistema de escrita alfabético, e essa apropriação não se dá, pelo
menos para a maioria das pessoas, espontaneamente, valendo-se do contato com
textos diversos. É preciso o desenvolvimento de um trabalho sistemático de
reflexão sobre as características do nosso sistema de escrita alfabético.” (p.19-20)
“A
leitura e a produção de diferentes textos são tarefas imprescindíveis para a
formação de pessoas letradas (...) É preciso ler e produzir textos diferentes
para atender a finalidades diferenciadas, a fim de que superemos o ler e a
escrever para apenas aprender a ler e a escrever.” (p.21)
“Assim,
é imprescindível que, diariamente, em turmas de alfabetização em que os alunos estão
se apropriando do sistema de escrita, a professora realize atividades com
palavras que envolvam (...) uma reflexão sobre suas propriedades: quantidade de
letras e sílabas, ordem e posição das letras, etc., a comparação entre palavras
quanto à quantidade de letras e sílabas e à presença de letras e sílabas
iguais; a exploração de rimas e aliteração (palavras que possuem o mesmo som em
distintas posições (inicial e final, por exemplo)” (p.21)
“Ser
alfabetizado, hoje, é mais do que “decodificar” e “codificar” os textos.” (p.22)
“Como
cabe à escola garantir a formação de cidadãos letrados, resta-nos construir estratégias
de ensino que permitam alcançar aquela meta: alfabetizar letrando.” (p.22)
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