UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - DCHL
CURSO: PEDAGOGIA VI SEMESTRE
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES FERREIRA
DISCENTE: ADRIANA SANTOS FERNANDES
SANTOS,
Carrmi Ferraz. Alfabetização e escolarização: a instituição do letramento
escolar. In: SANTOS, Carmi Ferraz. Alfabetização
e letramento: conceitos e relações. 1ed. Belo Horizonte: Autentica, 2007.
“Discutir
algumas questões relativas à ligação que se tem estabelecido entre a
alfabetização e o processo de escolarização, analisando de que forma o caráter
assumido pela escolarização interferiu na construção de determinado conceito de
alfabetização na sociedade ocidental.” (p.25)
“A
escolarização foi uma consequência do desenvolvimento de uma alfabetização
popular que promoveu uma cultura popular letrada que se constituiu como parte
de um movimento em favor de mudanças sociais, entre elas o acesso à escola.” (p.28)
“A
aprendizagem da língua escrita assume, a partir da escolarização formal, um
caráter de alfabetização escolar, passando a considerar como verdadeiramente
alfabetizado apenas o sujeito que passasse pela escola.” (p.29)
A
“relação de domínio da escolarização sobre a alfabetização popular trouxe
profundas consequências para a aprendizagem da escrita e da leitura (...) o que
passa a ser ensinado mediante a alfabetização escolarizada não faz parte de uma
cultura letrada local, uma vez que um ensino que se quer universal necessita de
um saber padronizado e sistematizado.” (p.29-30)
“Os
sistemas burocráticos de ensino, embora permitissem o acesso de muitos à
alfabetização, ao redefinirem a alfabetização valendo-se de um sistema de conhecimentos
descontextualizados, serviu para separar o povo de sua base cultural local. A
partir de então, o processo de ensino da leitura e da escrita deixa de ser realizado
baseando-se em textos utilizados no cotidiano e passa a utilizar material
escrito elaborado especificamente para uso escolar. Ou seja, o letramento como
prática social de leitura e escrita do cotidiano passa a ser substituído por um
letramento eminentemente escolar.” (p.30)
“Objetivando
garantir o acesso a um saber padronizado, a escola se estruturou de forma
orgânica e sistematizada. O conhecimento foi, então, dividido e distribuído em
programas escolares que determinavam o que deveria ser conhecido, em que tempo,
de que modo e como deveria ser avaliado.” (p.31)
“Não
se pode negar o papel que a escola exerce hoje em nossa sociedade e que, para
muitos indivíduos, ela seja, talvez, o único meio de acesso à aprendizagem
sistemática da escrita. É preciso considerar também que a escola apresenta suas
especificidades e, por isso, discutir as práticas de alfabetização realizadas dentro
de seus muros não se trata apenas de substituir as formas de trabalho escolar.”
(p.34)
“A
questão central parece ser como conciliar as especificidades da escola que tem
uma forma de conduzir suas atividades e gêneros textuais próprios com o
trabalho com os gêneros que circulam na sociedade, sem que esses percam suas
peculiaridades? Como possibilitar a construção do sistema alfabético de escrita
pelos alunos, possibilitando-lhes o uso dos gêneros textuais que circulam na sociedade
e, não apenas na escola?” (p.35)
“Talvez
a resposta esteja em começar a fazer uma reflexão acerca dos objetivos e
valores que têm sustentado as práticas de ensino da língua escrita na escola.
Discutindo a noção de método que tem sido entendido como sinônimo de manual, de
regras a ser seguidas, e começar a considerá-lo como soma de ações baseadas em
conjunto de princípios que responde a objetivos determinados (SOARES, 2004), considerando
que a alfabetização e a letramento, embora fenômenos diferenciados, são
interdependentes e intercomplementares.” (p.36)
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