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sábado, 5 de março de 2016

Análise do estudo de caso da lecto escrita

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - DCHL
CURSO: PEDAGOGIA VI SEMESTRE
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES FERREIRA
                                    DISCENTE: ADRIANA SANTOS FERNANDES

A Teoria da Psicogênese afirma que toda criança passa por níveis estruturais de linguagem escrita, até que se aproprie do sistema alfabético, para isso, as crianças elaboram hipóteses sobre a leitura e escrita. A passagem de um nível para o outro se dá de maneira gradual, para isso a professora deve intervir com atividades que estimulem o desenvolvimento da lectoescrita. Os níveis de escrita segundo a Psicogênese da Língua Escrita são: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
Segundo Ferreiro (1985, p.19), o nível pré-silábico, é caracterizado por “escritas alheias a toda busca de correspondência entre grafias e sons”. Nesse nível, o aluno ainda não compreende a natureza do sistema escrito alfabético, no qual a grafia representa sons, assim ele representa o sistema escrito através das hipóteses: representação icônica, representação não-icônica, letras aleatórias, e realismo nominal.
Na representação icônica, a criança expressa seu pensamento através de desenhos, não tendo noção da escrita no sentido propriamente dito. Na representação não icônica, além do desenho a criança expressa seu pensamento através da garaturja ou rabiscos, aqui, a criança inicia o conceito da escrita, mas ainda não reconhece as letras do alfabeto e seu valor sonoro. Na hipótese das letras aleatórias já há o reconhecimento das letras do alfabeto, mas estas são utilizadas aleatoriamente, pois não fazem nenhuma correspondência sonora entre a fala e a escrita.
No realismo nominal a criança acha que os nomes das pessoas e das coisas têm relação com os seus tamanhos. Nessa perspectiva, Pillar (1996, p.60) afirma que:
 “a criança espera que os objetos grandes possuam uma escrita correspondente ao seu tamanho: a palavra céu, por exemplo, deve ser escrita com muitas letras, pois seu referente é grande; já a palavra borboleta, por se referir a um animal pequeno, deve conter poucas letras.”
Na pesquisa feita com uma criança de cinco anos, denominada “Isabella”, é possível perceber uma escrita pré-silábica, pois a mesma representa as palavras por desenhos, caracterizando o realismo nominal (correspondência entre o objeto e a escrita). Essas primeiras manifestações gráficas sugerem sua representação não icônica. A superação do realismo nominal é possível através da percepção de que a palavra escrita é diferente do desenho.
Portanto para a superação do nível pré-silábico para o nível silábico, é preciso desenvolver atividades para as crianças, que objetivam explorar a relação som/grafia, a fim de auxiliar o aprendiz a fixar que letra representa qual som. Dessa forma, no próximo nível haverá a percepção de que há estabilidade entre as palavras, ou seja, que há uma única forma para escrever corretamente cada palavra.




Anexo:
Foto 1: Representação da escrita pré-silábica de Isabella.



Referências:
FERREIRO, Emília, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alege: Artes Médicas, 1986.
FERREIRRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1985.
MENDONÇA, Onaide Shwartz ; MENDONÇA Olympio Correa. Alfabetização: método sociolinguístico: consciência social, silábica e alfabética em Paulo Freire.  São Paulo: Cortez, 2007.

PILLAR, Analice Dutra. Desenho e escrita como sistema de representação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

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