UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - DCHL
CURSO: PEDAGOGIA VI SEMESTRE
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES FERREIRA
DISCENTE: ADRIANA SANTOS FERNANDES
A
Teoria da Psicogênese afirma que toda criança passa por níveis estruturais de
linguagem escrita, até que se aproprie do sistema alfabético, para isso, as
crianças elaboram hipóteses sobre a leitura e escrita. A passagem de um nível
para o outro se dá de maneira gradual, para isso a professora deve intervir com
atividades que estimulem o desenvolvimento da lectoescrita. Os níveis de
escrita segundo a Psicogênese da Língua Escrita são: pré-silábico, silábico,
silábico-alfabético e alfabético.
Segundo
Ferreiro (1985, p.19), o nível pré-silábico, é caracterizado por “escritas
alheias a toda busca de correspondência entre grafias e sons”. Nesse nível, o
aluno ainda não compreende a natureza do sistema escrito alfabético, no qual a
grafia representa sons, assim ele representa o sistema escrito através das
hipóteses: representação icônica, representação não-icônica, letras aleatórias,
e realismo nominal.
Na
representação icônica, a criança expressa seu pensamento através de desenhos,
não tendo noção da escrita no sentido propriamente dito. Na representação não
icônica, além do desenho a criança expressa seu pensamento através da garaturja
ou rabiscos, aqui, a criança inicia o conceito da escrita, mas ainda não
reconhece as letras do alfabeto e seu valor sonoro. Na hipótese das letras
aleatórias já há o reconhecimento das letras do alfabeto, mas estas são
utilizadas aleatoriamente, pois não fazem nenhuma correspondência sonora entre
a fala e a escrita.
No
realismo nominal a criança acha que os nomes das pessoas e das coisas têm
relação com os seus tamanhos. Nessa perspectiva, Pillar (1996, p.60) afirma
que:
“a criança espera que os objetos grandes
possuam uma escrita correspondente ao seu tamanho: a palavra céu, por exemplo,
deve ser escrita com muitas letras, pois seu referente é grande; já a palavra
borboleta, por se referir a um animal pequeno, deve conter poucas letras.”
Na
pesquisa feita com uma criança de cinco anos, denominada “Isabella”, é possível
perceber uma escrita pré-silábica, pois a mesma representa as palavras por
desenhos, caracterizando o realismo nominal (correspondência entre o objeto e a
escrita). Essas primeiras manifestações gráficas sugerem sua representação não
icônica. A superação do realismo nominal é possível através da percepção de que
a palavra escrita é diferente do desenho.
Portanto
para a superação do nível pré-silábico para o nível silábico, é preciso
desenvolver atividades para as crianças, que objetivam explorar a relação
som/grafia, a fim de auxiliar o aprendiz a fixar que letra representa qual som.
Dessa forma, no próximo nível haverá a percepção de que há estabilidade entre
as palavras, ou seja, que há uma única forma para escrever corretamente cada
palavra.
Anexo:
Foto
1: Representação da escrita pré-silábica de Isabella.
Referências:
FERREIRO,
Emília, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da
Língua Escrita. Porto Alege: Artes Médicas, 1986.
FERREIRRO,
E. Reflexões sobre alfabetização.
São Paulo: Cortez, 1985.
MENDONÇA,
Onaide Shwartz ; MENDONÇA Olympio Correa. Alfabetização:
método sociolinguístico: consciência social, silábica e alfabética em Paulo
Freire. São Paulo: Cortez, 2007.
PILLAR,
Analice Dutra. Desenho e escrita como
sistema de representação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
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