UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
DISCIPLINA:
METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO
DOCENTE: MARIA
DA CONCEIÇÃO FERREIRA
DISCENTE:
JAQUELINE FURTUOSO COSTA
FICHAMENTO
SANTOS,
Carmi Ferraz. Alfabetização e
escolarização: A instituição do letramento escolar. In: SANTOS, C. F.;
MENDONÇA, M. (Org.). Alfabetização e
letramento: Conceitos e relações. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.p.23-36.
De
acordo com o autor antes dos séculos XVIII e XIX “A leitura e a escrita eram,
na maioria das vezes, associadas a clérigos, intelectuais ou funcionários da
administração. Alguns estudiosos da história da leitura atribuem essa presença
cada vez maior de leitores comuns sendo representados nas artes plásticas ao
aumento do número de leitores que se inicia no século XV com a invenção da
imprensa e que se expande ainda mais com o processo de alfabetização efetivado
através de uma escolarização de massa ocorrido a partir do século XVIII como
uma exigência da sociedade em pleno processo de industrialização” (SANTOS,
2007, p.25). Nesse contexto, “embora a idéia de uma escola para todos
subsidiada pelo Estado remonte à Platão na Grécia Antiga, é apenas no século
XVIII que se vai instaurar, na sociedade ocidental, um processo de
escolarização em massa mediante uma educação pública (SANTOS, 2007, p. 25).
Desse
modo, “Embora considerada elementar, essa alfabetização, argumenta
Cook-Gumperz, foi capaz de permitir o crescimento de uma cultura popular
letrada, que passou a fazer parte da vida diária das pessoas comuns. A
princípio, as práticas de leitura, primeiramente, e a escrita mais tarde,
possuíam valor nas áreas recreativas e sociais, assumindo apenas posteriormente
um papel na vida econômica dessas pessoas” (SANTOS, 2007, p. 26). Contudo, “Como
podemos perceber, não foi a escolarização que promoveu a alfabetização. Pelo
contrário, a escolarização foi uma consequência do desenvolvimento de uma
alfabetização popular que promoveu uma cultura popular letrada que se
constituiu como parte de um movimento em favor de mudanças sociais, entre elas
o acesso à escola” (SANTOS, 2007, p. 28).
Portanto,
destaca o autor que “Se não foi a alfabetização, qual a motivação para a
implantação de uma instrução pública? Segundo Cook-Gumperz, a demanda por uma
escola formal partiu de pelo menos duas forças: 1) da pressão das pessoas
comuns que defendiam a alfabetização e a conquista da escolarização como parte
de seu desenvolvimento pessoal e social; 2) da crescente necessidade de uma
força de trabalho com um senso de disciplina e de competências escolares”
(SANTOS, 2007, p. 28). Nessa perspectiva “Embora a noção de uma escolarização pública tenha sido construída com
base nessas duas forças contraditórias apresentadas acima, à medida que o
processo de escolarização estava sendo implantado, as práticas populares
passaram a ser controladas, modificadas ou substituídas. Essa relação de
domínio da escolarização sobre a alfabetização popular trouxe profundas
conseqüências para a aprendizagem da escrita e da leitura” (SANTOS, 2007, p.
29-30).
Assim
sendo, “Não
se pode negar o papel que a escola exerce hoje em nossa sociedade e que, para
muitos indivíduos, ela seja, talvez, o único meio de acesso à aprendizagem
sistemática da escrita. É preciso considerar também que a escola apresenta suas
especificidades e, por isso, discutir as práticas de alfabetização realizadas dentro
de seus muros não se trata apenas de substituir as formas de trabalho escolar”
(SANTOS, 2007, p. 34).
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