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segunda-feira, 11 de abril de 2016

FICHAMENTO: Alfabetização e escolarização: A instituição do letramento escolar.





UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO FERREIRA
DISCENTE: JAQUELINE FURTUOSO COSTA


FICHAMENTO
 

SANTOS, Carmi Ferraz. Alfabetização e escolarização: A instituição do letramento escolar. In: SANTOS, C. F.; MENDONÇA, M. (Org.). Alfabetização e letramento: Conceitos e relações. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.p.23-36.


De acordo com o autor antes dos séculos XVIII e XIX “A leitura e a escrita eram, na maioria das vezes, associadas a clérigos, intelectuais ou funcionários da administração. Alguns estudiosos da história da leitura atribuem essa presença cada vez maior de leitores comuns sendo representados nas artes plásticas ao aumento do número de leitores que se inicia no século XV com a invenção da imprensa e que se expande ainda mais com o processo de alfabetização efetivado através de uma escolarização de massa ocorrido a partir do século XVIII como uma exigência da sociedade em pleno processo de industrialização” (SANTOS, 2007, p.25). Nesse contexto, “embora a idéia de uma escola para todos subsidiada pelo Estado remonte à Platão na Grécia Antiga, é apenas no século XVIII que se vai instaurar, na sociedade ocidental, um processo de escolarização em massa mediante uma educação pública (SANTOS, 2007, p. 25).
Desse modo, “Embora considerada elementar, essa alfabetização, argumenta Cook-Gumperz, foi capaz de permitir o crescimento de uma cultura popular letrada, que passou a fazer parte da vida diária das pessoas comuns. A princípio, as práticas de leitura, primeiramente, e a escrita mais tarde, possuíam valor nas áreas recreativas e sociais, assumindo apenas posteriormente um papel na vida econômica dessas pessoas” (SANTOS, 2007, p. 26). Contudo, “Como podemos perceber, não foi a escolarização que promoveu a alfabetização. Pelo contrário, a escolarização foi uma consequência do desenvolvimento de uma alfabetização popular que promoveu uma cultura popular letrada que se constituiu como parte de um movimento em favor de mudanças sociais, entre elas o acesso à escola” (SANTOS, 2007, p. 28).
Portanto, destaca o autor que “Se não foi a alfabetização, qual a motivação para a implantação de uma instrução pública? Segundo Cook-Gumperz, a demanda por uma escola formal partiu de pelo menos duas forças: 1) da pressão das pessoas comuns que defendiam a alfabetização e a conquista da escolarização como parte de seu desenvolvimento pessoal e social; 2) da crescente necessidade de uma força de trabalho com um senso de disciplina e de competências escolares” (SANTOS, 2007, p. 28). Nessa perspectiva “Embora a noção de uma  escolarização pública tenha sido construída com base nessas duas forças contraditórias apresentadas acima, à medida que o processo de escolarização estava sendo implantado, as práticas populares passaram a ser controladas, modificadas ou substituídas. Essa relação de domínio da escolarização sobre a alfabetização popular trouxe profundas conseqüências para a aprendizagem da escrita e da leitura” (SANTOS, 2007, p. 29-30).
Assim sendo, Não se pode negar o papel que a escola exerce hoje em nossa sociedade e que, para muitos indivíduos, ela seja, talvez, o único meio de acesso à aprendizagem sistemática da escrita. É preciso considerar também que a escola apresenta suas especificidades e, por isso, discutir as práticas de alfabetização realizadas dentro de seus muros não se trata apenas de substituir as formas de trabalho escolar” (SANTOS, 2007, p. 34).

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