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sábado, 16 de abril de 2016

Entrevista com professora alfabetizadora e análise

 
 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
CURSO DE PEDAGOGIAIV SEMESTRE
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO
DISCENTES: RAVENA ALVES E JAQUELINE COSTA
PROFESSORA: MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES FERREIRA


ENTREVISTA COM A PROFESSORA ALFABETIZADORA


1        - CONTEXTO DA ESCOLA
1.1    Você trabalha numa escola pública ou particular?
Trabalhava na particular e na pública, entre os anos de 1982 e 1989.

1.2    Qual é o município que você trabalha como professor (a) alfabetizador (a)?

Jequié-BA
    
1.3    Quais as dificuldades e problemas enfrentados e superados pela escola na qual trabalha?

Os problemas enfrentados e as dificuldades eram em relação aos materiais e ao apoio das famílias. Tinha cobrança, mas faltava o apoio dos pais. Tinha indisciplina dos alunos, que era normal, mas nem tanto como hoje. Os alunos de hoje não tinham aquele respeito.na escola particular tinha todo material para alfabetizar.

1.4    A estrutura física da escola oferece um espaço didático pedagógico adequado para a alfabetização?

Não. O espaço físico não era adequado e nem o mobiliário. Até hoje não temos.

1.5    A escola possui sala para atendimento especializado? Existe um profissional responsável para esse atendimento?

Não.

1.6    Qual é o perfil dos alunos? Família, bairro, renda familiar etc.

Classe baixa. Alunos em sua maioria oriundos da periferia. Os pais analfabetos e semi-analfabetos.

1.7    Na escola existe biblioteca? Como se dá a dinâmica de funcionamento?

Na particular tinha e na publica não. Os alunos tinham interesse. Queriam aprender mesmo com suas dificuldades. Mais do que os de hoje.


2.      O TRABALHO E A VIDA DOS PROFESSORES

2.1    Qual é a sua formação?

Especialização em Educação infantil.

2.2    Qual foi o processo seletivo que participou para atuar como professor (a)?

Concurso público.

2.3    Quais os incentivos oferecidos pela escola para a formação continuada dos professores alfabetizadores?

O governo oferece formação continuada, porém, o professor não consegue se não quiser. Hoje oferece projetos. Na minha formação foi um convênio da UESB com a prefeitura.

2.4    Há relação entre área de formação dos professores alfabetizadores com a área de atuação?

Não. A prefeitura nos últimos anos tem trabalhado para que os professores atuem em sua área de formação, mas mesmo assim, a demanda não é atendida. Tem que ser um professor que ama alfabetizar. Tem muitos que não se identificam com a área da alfabetização, mas estão por falta de opção. Tudo é oferecido para o aluno atualmente, mas os alunos n correspondem. Falta que o professor seja um professor inovador que fale na linguagem do aluno.

2.5    Qual é a relação dos professores com as decisões implementadas na escola no diz respeito às políticas de alfabetização?

Ocorre tudo em comum acordo. O grupo corresponde. Mesmo com as dificuldades humanas. Há um esforço muito grande em prol do aluno.

2.6    Qual é a sua carga horária de trabalho?

 40 horas semanais

2.7    Quantos anos você possui no magistério como alfabetizador (a)?

 27 anos de magistério. 7 anos como alfabetizadora.

2.8    De que forma você trabalha os conteúdos disciplinares no processo de alfabetização?
Tinha cartilha, exposição oral, atividade de pesquisa, em grupo. Fazia passeio ecológico.

2.9    Quais são os conteúdos selecionados para o trabalho de alfabetização com os alunos?

Fazia planejamentos trimestrais em grupo, tinha conteúdos. Planejamento flexível. Cada unidade ia avaliando o planejamento do aluno.

2.10 Como você trabalha a questão da diferença de fases de aquisição da lecto-escrita em sala de aula?

Trabalhávamos pouco com o método de Emília Ferreiro. Eu sempre digo que é beabá que ajuda o aluno a aprender. Pois ele associar a letra ao som, pedacinho por pedacinho. Fazia joguinhos, silabação. Primeiro o aluno associava a letra à figura, a sílaba à figura, a palavra à figura, Trabalhei muito isso, deu muito certo. Porque a criança aprende visualizando e falando. Trabalhava a oralidade e as imagens. Associava a letra, ao som, às imagens. Colocava um que sabia menos para trabalhar em dupla com um que já estava em um nível mais avançado, para um ajudar o outro. Trabalhava com jogos, cartazes, fichas. A cada 15 dias havia uma reunião para ver se havia progresso ou não.

2.11 Como está estabelecida a rotina (passos) da sua sala de aula?

A coordenação sempre queria que houvesse uma rotina. Sempre tinha uma oração inicial. Diário de como foi o dia. Tinha um diálogo. Tinha a chamada. Cada aluno tinha uma ficha. Cada aluno pegava uma ficha com o seu nome, tinha um mural. Depois disso contava-se história, para estimulá-los a ler.

2.12 Quais são as dificuldades que são encontradas em sala de aula no que diz respeito à alfabetização dos alunos?

O apoio dos pais, a falta de materiais. O espaço físico.

2.13 participou de cursos de formação continuada com foco em alfabetização? Quais? Qual é a origem dos investimentos feitos para essa formação?

Educação para a alfabetização. Projetos da UESB em parceria com o governo. Acompanhamento com a TV escola.

2.14 Quais são os meios que utiliza para se informar sobre a sua área de atuação na escola?

O livro didático. É uma ferramenta que não pode deixar de estar em nossas mãos. Estudar, hoje há muitos livros que oferecem. O governo oferece ótimos livros para a formação do professor.

2.15 Qual é o método que você utiliza para alfabetizar?

Silabação.



ANALISE DA ENTREVISTA A PROFESSORA ALFABETIZADORA

Na entrevista realizada com uma professora que exerceu a função de alfabetizadora entre os anos de 1982 e 1987, percebemos que sua concepção de alfabetização está ligada aos métodos tradicionais de alfabetização, em que segundo ela, a sua maneira de alfabetizar esteve centrada na silabação. De acordo com essa professora, o beabá é o que faz com que o aluno aprenda de fato a ler e a escrever, pois através desse método o aluno consegue associar a letra ao som.
Percebemos através de sua fala, que a sua prática em sala de aula enquanto alfabetizadora buscava estimular o aluno para a leitura, a escrita bem como a oralidade, proporcionado assim conhecimentos e aprendizagens significativas para o processo de alfabetização da criança. Desse modo, no que diz respeito a prática de alfabetização:
Cabe ao professor propor, em sala de aula, atividades que ajudem o aluno a se apropriarem do sistema de escrita alfabética e entender o uso do mesmo na sociedade, para que sua prática como docente se assemelhe à maioria dos discursos proferidos por muitos professores, que é alfabetizar para formar cidadãos autônomos nas práticas de escrita e leitura no meio em que vivem (SILVA; FERREIRA; LEAL, 2013, p. 264).

Com isso, de acordo com a professora para ser um alfabetizador tem que amar a sua profissão, deve ser um professor inovador que fale a linguagem do aluno, ou seja, que leve em consideração a realidade social e cultural dos educandos apesar das dificuldades ainda enfrentadas pelo sistema educacional.

Referências:
SILVA, Sandra Cristina oliveira da; ARRUDA, Sheyla Cavalcante de; LEAL, Telma Ferraz. Professores alfabetizadores: o que dizem e o que fazem. Educ. foco, Juiz de Fora, v. 18, n. 2, p. 243-268, jul. / out. 2013.



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