UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
DISCIPLINA:
METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO
DOCENTE: MARIA
DA CONCEIÇÃO FERREIRA
DISCENTE:
JAQUELINE FURTUOSO COSTA
ANÁLISE DA LECTO ESCRITA: ESTUDO DE
CASO
Ao
longo da história a língua escrita e falada vem sendo alvo de estudos de vários
teóricos, dentre os quais destacam-se: Emília Ferreiro e Ana Teberosky que
contribuíram significativamente por meio da pesquisa “Psicogênese da Língua
Escrita” em seus aspectos linguísticos importantes para a alfabetização. Com
isso, as autoras afirmam que “a criança, já antes de
chegar à escola, tem ideias e faz hipóteses sobre o código escrito, descrevendo
os estágios linguísticos que percorre até a aquisição da leitura e da escrita” Ferreiro;
Teberosky (1974, apud MENDONÇA; MENDONÇA, 2011, p. 37).
Nesse contexto, no nível pré-silábico a criança pensa que pode
escrever com desenhos, rabiscos, letras ou outros sinais gráficos, imaginando
que a palavra assim inscrita representa a coisa a que se refere. No nível
silábico, a criança descobre a lógica da escrita, percebendo a
correspondência entre a representação escrita das palavras e as propriedades
sonoras das letras, o aprendiz descobre que a palavra
escrita representa a palavra falada. No silábico-alfabético existem duas
formas de correspondência entre sons e grafias: silábica e alfabética, onde a
criança escreve parte da palavra aplicando a hipótese silábica, de que para se
escrever uma sílaba é necessário apenas uma letra.
Já no alfabético, a criança acredita que as palavras escritas
devem representar as palavras faladas, com correspondência absoluta de letras e
sons. Já estão alfabetizados, porém terão conflitos sérios, ao comparar sua
escrita alfabética e espontânea com a escrita ortográfica, em que se fala de um
jeito e se escreve de outro (MENDONÇA; MENDONÇA, 2011).
Por
meio da coleta de dados da lecto escrita de Artur de cinco anos de idade,
constata-se que o mesmo tem consigo a escrita pré-silábica, pois ele reproduz
alguns traços da escrita. Além disso, neste nível as crianças começam a fazer
correspondência figurativa entre a escrita e o referido objeto, por exemplo, a
palavra bola, casa, Artur as representou por meio de desenhos, pois, nesta fase
a criança interpreta apenas sua própria escrita. Quando pedir que escrevesse as
palavras CARRO, CASA, SOL, Artur as representou por meio de desenhos,
demonstrando então uma escrita pré-silábica.
Nessa
perspectiva, Nunes (p. 2, apud FERREIRO E TEBEROSKY – 1999, p. 193) afirma que
no nível pré-silábico “Escrever é reproduzir os traços típicos da escrita que a
criança identifica como a forma básica da mesma”. Sendo assim, percebe-se que
no nível pré-silábico a criança possuem certa dificuldade de se referenciar as
atividades de escrever e desenhar. Com isso, de acordo com Mendonça e Mendonça
(2011, p. 39) “neste nível o aprendiz pensa que pode escrever com desenhos,
rabiscos, letras ou outros sinais gráficos, imaginando que a palavra assim
inscrita representa a coisa a que se refere”.
Portanto, um dos principais trabalhos que buscam explicar o
processo de aprendizagem do código escrito pela criança é o livro “Psicogênese
da língua escrita" de (FERREIRO E TEBEROSKY, 1985) o qual "descreve
como o aprendiz se apropria dos conceitos e das habilidades de ler e escrever,
mostrando que a aquisição desses atos linguísticos segue um percurso semelhante
àquele que a humanidade percorreu até chegar ao sistema alfabético, ou seja, o
aluno, na fase pré-silábica do caminho que percorre até alfabetizar-se, ignora
que a palavra escrita representa a palavra falada, e desconhece como essa
representação se processa. Ele precisa, então, responder a duas questões: o que
a escrita representa e o modo de construção dessa representação” (MENDONÇA;
MENDONÇA, 2011, p. 39).
Assim sendo, no nível pré-silábico Artur escreve letras, bolinhas,
como se soubesse escrever, sem uma preocupação com as propriedades sonoras da
escrita, ou seja, ele representa a escrita por meio de desenhos. Mesmo
escrevendo o seu nome ele ainda não se encontra em um nível mais avançado e
sim, no nível pré-silábico. Nessa perspectiva, para que Artur
avance sua escrita, cabe ao seu professor alfabetizador proporcionar um
ambiente favorável, com materiais adequados e atividades que desenvolva a suas habilidades
de escrita, trabalhado o seu nome, destacando as letras, por meio de fichas e o
alfabeto móvel, entre outros.
Sendo
assim, a passagem para o nível silábico é feita com atividades de vinculação do discurso
oral com o texto escrito, da palavra escrita com a palavra falada (MENDONÇA;
MENDONÇA, 2011). Faz-se necessário ainda um amplo trabalho do professor
com material concreto e vivências.
Referências:
MENDONÇA, Onaide Schwartz; MENDONÇA,
Olympio Correa de. Psicogênese da Língua
Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização. In:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Graduação. Caderno de formação:
formação de professores: Bloco 02: Didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura
Acadêmica, 2011. v. 2. p. 36-57. (D16 - Conteúdo e Didática de Alfabetização).
Disponível em: <http://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/40138>.
Acesso em: dia mês abreviado ano.
NUNES,
Pamela Cristina Freitas; MAIA, Maria Angélica Gomes. Reflexões sobre a aquisição da lecto escrita. Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP, Faculdade de
Educação e Arte - FEA, Rua Tertulian Delphim Júnior, 181, Jardim Aquarius, São
José dos Campos/SP - E-mails: pam_cfn@yahoo.com.br. XIV Encontro
Latino Americano de Iniciação Científica e X
Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba.
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