Páginas

segunda-feira, 11 de abril de 2016

ANÁLISE DA LECTO ESCRITA: ESTUDO DE CASO



UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO FERREIRA
DISCENTE: JAQUELINE FURTUOSO COSTA


ANÁLISE DA LECTO ESCRITA: ESTUDO DE CASO

Ao longo da história a língua escrita e falada vem sendo alvo de estudos de vários teóricos, dentre os quais destacam-se: Emília Ferreiro e Ana Teberosky que contribuíram significativamente por meio da pesquisa “Psicogênese da Língua Escrita” em seus aspectos linguísticos importantes para a alfabetização. Com isso, as autoras afirmam que “a criança, já antes de chegar à escola, tem ideias e faz hipóteses sobre o código escrito, descrevendo os estágios linguísticos que percorre até a aquisição da leitura e da escrita” Ferreiro; Teberosky (1974, apud MENDONÇA; MENDONÇA, 2011, p. 37).
Nesse contexto, no nível pré-silábico a criança pensa que pode escrever com desenhos, rabiscos, letras ou outros sinais gráficos, imaginando que a palavra assim inscrita representa a coisa a que se refere. No nível silábico, a criança descobre a lógica da escrita, percebendo a correspondência entre a representação escrita das palavras e as propriedades sonoras das letras, o aprendiz descobre que a palavra escrita representa a palavra falada. No silábico-alfabético existem duas formas de correspondência entre sons e grafias: silábica e alfabética, onde a criança escreve parte da palavra aplicando a hipótese silábica, de que para se escrever uma sílaba é necessário apenas uma letra.
Já no alfabético, a criança acredita que as palavras escritas devem representar as palavras faladas, com correspondência absoluta de letras e sons. Já estão alfabetizados, porém terão conflitos sérios, ao comparar sua escrita alfabética e espontânea com a escrita ortográfica, em que se fala de um jeito e se escreve de outro (MENDONÇA; MENDONÇA, 2011).   
Por meio da coleta de dados da lecto escrita de Artur de cinco anos de idade, constata-se que o mesmo tem consigo a escrita pré-silábica, pois ele reproduz alguns traços da escrita. Além disso, neste nível as crianças começam a fazer correspondência figurativa entre a escrita e o referido objeto, por exemplo, a palavra bola, casa, Artur as representou por meio de desenhos, pois, nesta fase a criança interpreta apenas sua própria escrita. Quando pedir que escrevesse as palavras CARRO, CASA, SOL, Artur as representou por meio de desenhos, demonstrando então uma escrita pré-silábica.
Nessa perspectiva, Nunes (p. 2, apud FERREIRO E TEBEROSKY – 1999, p. 193) afirma que no nível pré-silábico “Escrever é reproduzir os traços típicos da escrita que a criança identifica como a forma básica da mesma”. Sendo assim, percebe-se que no nível pré-silábico a criança possuem certa dificuldade de se referenciar as atividades de escrever e desenhar. Com isso, de acordo com Mendonça e Mendonça (2011, p. 39) “neste nível o aprendiz pensa que pode escrever com desenhos, rabiscos, letras ou outros sinais gráficos, imaginando que a palavra assim inscrita representa a coisa a que se refere”.  
Portanto, um dos principais trabalhos que buscam explicar o processo de aprendizagem do código escrito pela criança é o livro “Psicogênese da língua escrita" de (FERREIRO E TEBEROSKY, 1985) o qual "descreve como o aprendiz se apropria dos concei­tos e das habilidades de ler e escrever, mostrando que a aquisição desses atos linguísticos segue um percurso semelhante àquele que a humanidade percorreu até chegar ao sistema alfabético, ou seja, o aluno, na fase pré-silábica do caminho que percorre até alfabetizar-se, ignora que a palavra escrita representa a palavra falada, e desconhece como essa representação se processa. Ele precisa, então, responder a duas questões: o que a escrita representa e o modo de constru­ção dessa representação” (MENDONÇA; MENDONÇA, 2011, p. 39).
Assim sendo, no nível pré-silábico Artur escreve letras, bolinhas, como se soubesse escrever, sem uma preocupação com as propriedades sonoras da escrita, ou seja, ele representa a escrita por meio de desenhos. Mesmo escrevendo o seu nome ele ainda não se encontra em um nível mais avançado e sim, no nível pré-silábico. Nessa perspectiva, para que Artur avance sua escrita, cabe ao seu professor alfabetizador proporcionar um ambiente favorável, com materiais adequados e atividades que desenvolva a suas habilidades de escrita, trabalhado o seu nome, destacando as letras, por meio de fichas e o alfabeto móvel, entre outros.
Sendo assim, a passagem para o nível silábico é feita com atividades de vinculação do discurso oral com o texto escrito, da palavra escrita com a palavra falada (MENDONÇA; MENDONÇA, 2011). Faz-se necessário ainda um amplo trabalho do professor com material concreto e vivências.

Referências:
MENDONÇA, Onaide Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa de. Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Graduação. Caderno de formação: formação de professores: Bloco 02: Didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 2. p. 36-57. (D16 - Conteúdo e Didática de Alfabetização). Disponível em: <http://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/40138>. Acesso em: dia mês abreviado ano.


NUNES, Pamela Cristina Freitas; MAIA, Maria Angélica Gomes. Reflexões sobre a aquisição da lecto escrita. Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP, Faculdade de Educação e Arte - FEA, Rua Tertulian Delphim Júnior, 181, Jardim Aquarius, São José dos Campos/SP - E-mails: pam_cfn@yahoo.com.br. XIV Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e X Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba.

Nenhum comentário:

Postar um comentário